Uma entrevista com Everton Maraldi e Maciel Santos
Quando um jornalista
nos convida para uma entrevista, logo nos armamos de todo o arsenal de
informação disponível e passamos o máximo possível de dados e referências sobre
o tema abordado, sempre na expectativa de abrangermos tudo o que for de mais
relevante. Toda essa preocupação, porém, é logo frustrada quando adquirimos a
revista e nos damos conta de que apenas uma pequenina parcela de tudo aquilo
que havíamos falado ou escrito foi realmente publicada. Paciência... Isto é
parte do trabalho de um jornalista: conciliar as diversas fontes de informações
em uma única matéria, frequentemente, de poucas páginas.
O fato é que, dessas
conversas, muito material é arquivado e fica depois à disposição para uso. Foi
assim que, relendo algumas de nossas entrevistas para jornalistas da Super
Interessante e da Galileu, acabamos por encontrar uma boa quantidade de textos
que mereceriam conhecer a luz do dia. Na pauta: relatos de exorcismos,
fenômenos de possessão e outras histórias e narrativas cinematográficas
intrigantes, analisadas do ponto de vista científico e psicológico. Especialmente
aos leitores de “A psique da fé”, segue uma compilação de todo o material encontrado.
Uma leitura
psicológica de “O exorcista”
1. O senhor [Everton
Maraldi] já teve a oportunidade de assistir ao filme "O Exorcista",
de William Friedkin? O que achou dele? Verossímil, delirante, apelativo?
Quarenta anos depois, a que o senhor atribui o indiscutível sucesso do filme,
que inspirou um sem-número de produções do gênero?
Everton: Posso me recordar do grande impacto que
o filme me causou ao assisti-lo. Creio que um filme de terror obtém êxito justamente
quando consegue atiçar nossos medos, fragilidades e tendências supersticiosas de
forma consistente, valendo-se de recursos aparentemente realistas e de uma
narrativa ficcional convincente. Não quero dizer com isso que os fenômenos
paranormais apresentados em “O exorcista” sejam necessariamente legítimos para
além da ficção; quero dizer apenas que o filme conseguiu atingir para muitos o
seu objetivo, isto é, o de assustar e entreter. O mérito de “O exorcista” foi,
talvez, o de dramatizar a situação da personagem Regan de um modo que a
aproxima do espectador. Há um cuidado no filme em explorar o drama da jovem e
de sua mãe em busca de uma solução para as estranhas alterações de
comportamento apresentadas pela menina. Isso tudo ajuda a humanizar a
narrativa, a torna-la verossímil, apesar dos evidentes exageros nas
manifestações demoníacas.
O filme também
retrata os próprios dilemas e hesitações do padre Karras (que também era
psiquiatra) frente ao emprego do exorcismo como forma de tratamento. Nesse
sentido, a estória nos leva a refletir, mesmo sem grandes aprofundamentos,
sobre as resistências no interior de uma instituição religiosa a qual, em nosso
mundo secularizado e burocrático, perdeu muito de sua velha e dogmática
autoridade para convencer e curar (talvez não seja por acaso que ambos os
padres – Karras e Merrin – morrem ao final).
É um filme que
carrega, de certa maneira, uma crítica implícita ao poder da psiquiatria, à sua
obsessão por diagnosticar e tratar todo e qualquer sofrimento humano. O filme
fala de um poder obscuro e tenebroso no interior de uma menina aparentemente
dócil, uma força amedrontadora contra a qual os profissionais se viam
impotentes. “O exorcista” fala de algo dentro de nós que não aceita subjugação,
que não aceita a autoridade externa, que imaginariamente subverte até as leis
da natureza, que assusta e impõe. Para mim, o filme fala de uma menina que não
era apenas meiga, que era muito mais do que isso, mas que, por algum motivo,
não conseguia viver sua sombra, sua agressividade, desobediência e sexualidade
de um modo socialmente aceito. Não lhe restava alternativa senão viver, de
maneira dissociada e doentia, aquele lado escondido e obsceno de si mesma e dos
outros pela representação de um demônio, de uma figura repugnante e aversiva, o
oposto da imagem infantil que dela havia sido feita. A magia de “O exorcista” está em capitalizar
sobre esse conflito humano universal, o da repressão e da dissociação,
explorando nossos medos e anseios mais primitivos.
A perspectiva científica
2. O filme "O
Exorcista", adaptado a partir do romance homônimo de William Peter Blatty,
retrata alguns fenômenos paranormais, como levitação, psicocinese (poltergeist) e possessão
demoníaca. Uma pessoa pode demonstrar conhecimentos aos quais nunca teve acesso
antes? Esses fenômenos podem ser explicados à luz da psicologia anomalística?
Em outras palavras: como é vista e explicada a força sobre-humana apresentada
por alguns indivíduos que se acredita estarem possuídos por espíritos ou
demônios?
Everton: a psicologia anomalística é uma área
que historicamente emergiu daquilo que se conhece como parapsicologia. A
psicologia anomalística estuda alegações de fenômenos anômalos ou paranormais
de uma perspectiva eminentemente psicológica, e é geralmente mais cética quanto
a essas alegações, embora não desconsidere a possibilidade de que alguns desses
fenômenos existam. O interesse da psicologia anomalística é muito mais o de
investigar as implicações dessas experiências para a compreensão que temos da
memória, da formação das crenças, e de outros processos perceptivos, emocionais
e sociais. Para conhecer mais a respeito, confira aqui o importante trabalho
realizado nesse sentido pelos membros do Inter Psi – Laboratório de Psicologia
Anomalística e Processos Psicossociais da USP:
Quando avaliamos
alguma alegação dessa natureza devemos sempre levar em conta que existem muitas
explicações possíveis, e que cada caso é um caso. Em primeiro lugar, nunca é
demais lembrar que não é possível avaliar cientificamente a existência de um
processo desse tipo com base apenas em filmes, uma vez que já sabemos de
antemão que os fenômenos ali produzidos são efeitos especiais. Na vida real, os
mecanismos envolvidos podem variar desde a fraude, passando por certas falhas e
vieses de memória ou de percepção, até a ocorrência efetiva de alguma anomalia
científica, isto é, de algum fenômeno novo ou ainda não inteiramente explicado
com base nas teorias e concepções aceitas.
Maciel: É importante lembrar que diversos
fenômenos anômalos não foram explicados, mas não significam que não aconteçam,
pois são relatos frequentes de experiências significativas para as pessoas, que
precisam ser levados em conta. O objetivo da ciência, com estas análises, não é
descartar a possibilidade da existência de seres espirituais ou que estes
mantenham relacionamento com os seres terrenos. Esta função é para outra área do
conhecimento, como a teologia e a própria religião. A ciência busca o rigor em
suas análises e experimentos. O objetivo é desenvolver técnicas de investigação
adequadas, para que possamos auxiliar as pessoas a terem respostas concretas
sobre seus problemas e assim passarem por tratamentos possivelmente mais
adequados.
Levitação existe?
Everton: Respondendo a sua pergunta sobre a
levitação, o que podemos dizer é que as evidências disponíveis para a
ocorrência de tal fenômeno são bastante questionáveis, e se reduzem quase por
completo a truques de mágica, truques de câmera ou à experiência alucinatória
de estar levitando (a qual pode ocorrer durante práticas religiosas e
meditativas), sem que haja, no entanto, qualquer base concreta para o fenômeno
em si. A maioria desses relatos é anedótica e não houve controle experimental
suficiente para afastar a hipótese de fraude ou hipóteses psicológicas. Existem
alguns casos bem documentados na história da parapsicologia de médiuns como
Daniel Dunglas Home (1833-1886) e Indridi Indridason (1883-1912) que teriam
sido capazes de levitar e de manifestar outros fenômenos sob condições de
observação mais rigorosas, porém, tais casos são muito antigos, alguns de seus
aspectos já não podem mais ser verificados, e praticamente o que nos resta é
opinar sobre o conjunto de evidências disponível ou procurar por fontes
históricas adicionais.
A suposta levitação de D.D. Home
Manifestações de espíritos?
Everton: Isso também se aplica a boa parte das
alegações antigas de fenômenos espíritas como as chamadas materializações de
espíritos. Embora esses fenômenos tenham sido averiguados por eminentes
cientistas dos séculos XIX e XX (a exemplo do prêmio Nobel de medicina Charles
Richet, 1850-1935), os quais chegaram, algumas vezes, a atestar sua veracidade,
já não encontramos hoje com tanta frequência esse tipo de relatos, como bem
observou o pesquisador Ian Stevenson em seu artigo “Thoughts on the decline of
major paranormal phenomena”:
Na verdade, parece que quanto mais a
tecnologia e os meios de verificação avançam, mais as alegações paranormais
ostensivas diminuem – o que sugere, talvez, que muitas delas poderiam ter sido
fraudulentas ou ilusórias, embora os cientistas da época não tivessem sido
capazes de descobrir isso com os meios de que dispunham. Parte significativa
dessas observações antigas se baseava não em registros fotográficos, mas
meramente no testemunho de pessoas cuja moral era tida como ilibada. Muitos
pesquisadores também cediam às exigências dos supostos espíritos, e não
controlavam adequadamente a observação dos fenômenos, feita várias vezes na
total escuridão ou penumbra das sessões espiritualistas vitorianas (Conferir
Zangari, Maraldi & Machado, 2010 e Maraldi, Zangari, Machado &
Krippner, no prelo). Recentemente, na Alemanha, um médium relatou ser capaz de
realizar as mesmas proezas da literatura espiritualista antiga, e está sendo
investigado pelo eminente estudioso Stephen Braude. As avaliações dele sobre o
caso são ainda inconclusivas. Para saber mais a respeito, confira aqui:
Acesse aqui a apresentação de Stephen Braude
Acesse aqui a apresentação de Stephen Braude
Possessão
Everton: A possessão pode ser definida como uma
experiência em que o sujeito acredita estar sob o domínio de uma ou várias
entidades sobrenaturais. Historicamente falando, os demônios ocuparam por
diversas vezes essa função, sobretudo no mundo Ocidental. No entanto, em
algumas culturas ou contextos religiosos, acredita-se também que a pessoa
esteja sob o controle ou a influência de espíritos desencarnados, e até de
figuras animalescas ou seres elementais. Psicologicamente, a possessão já foi
explicada de muitas maneiras, desde a neurose histérica, passando pelas
psicoses (esquizofrenia, paranoia), até o que se chama hoje de Transtorno
Dissociativo de Identidade (conhecido no passado como Transtorno de Múltiplas
Personalidades). Alguns pesquisadores também falam em um Transtorno de Transe
Dissociativo.
Maciel: A alegação de possessão é aceita por
várias culturas em diferentes períodos. E as entidades possuidoras recebem
diferentes nomes dependendo da crença e região. Em religiões cristãs observamos
possessões tanto pelo Espírito Santo quanto pelo Demônio, nas seitas indianas
há relatos de possessão pelos deuses cultuados naquela região, como a deusa
Kali ou Santoshi Maa. E assim, cada crença cultiva suas entidades possuidoras. Diversos
estudos realizados na área da psicopatologia sugerem que estes fenômenos são produtos
de sugestão, tanto do ambiente externo quanto interno. Geralmente, alegações de
possessão são confundidas com distúrbios emocionais como depressão, irritações,
fadigas ou pesadelos e também com doenças mentais como esquizofrenia, síndrome
de Gilles de la Tourette, entre outras.
Everton: Mas é bom deixar claro que nem sempre a
possessão está associada à doença mental. Uma série de critérios diagnósticos
deve ser preenchida para que se estabeleça uma diferenciação. Os casos
patológicos são geralmente aqueles em que o indivíduo não controla o transe e a
alteração de identidade, o que causa sofrimento, afetando sua vida social e
profissional. A capacidade crítica também pode ser comprometida nesses casos, e
as crenças do sujeito sobre o fenômeno podem não ter o respaldo de um grupo de
referência (um grupo religioso, por exemplo) ou serem delirantes. Há também uma
série de explicações psicossociais sobre a possessão que não tem relação com
doença. Em seu livro “O êxtase religioso”, o antropólogo Ioan Lewis relata
diversas situações em que a experiência de possessão teria oferecido certos
ganhos ao indivíduo supostamente “possuído”.
Compre aqui o livro de Ioan Lewis
Em certas
comunidades, mulheres ganhavam presentes de seus maridos em resposta às
solicitações das entidades, e se beneficiavam de outras mordomias que não
tinham como obter por meios usuais. Lewis também traz casos em que a pessoa
pôde expressar, sob o transe e pela suposta intervenção de um espírito, desejos
e vontades (sensualidade, poder, afirmação) não permitidas a ela sob outras
circunstâncias, como uma espécie de catarse. Dentro dos contextos religiosos,
também é importante frisar que vários fenômenos psicossociais concorrem para
que a possessão ocorra, como a crença das pessoas, o ambiente sugestivo, o
treinamento grupal para vivenciar uma alteração de consciência, e outros
processos semelhantes à hipnose, que fazem com o que organismo
inconscientemente reaja às expectativas coletivas (e.g., convulsões, falar em
línguas etc.).
Maciel: É importante enfatizarmos o aspecto
sugestão. Em geral, quando a pessoa está em estado dissociado, “possuída”, ela
só relata que está possuída se realmente acredita neste fato e então suas
atitudes serão de acordo com características esperadas da entidade possuidora.
Se não tem a crença em entidades possuidoras e não convive com pessoas que mantêm
a mesma opinião, tenderá a atribuir esses distúrbios a outros fatores, como
doenças mentais. No caso do demônio, segundo a cultura, tal entidade tem
características peculiares como força extrema, repugnância a objetos divinos,
conhecedor de artes ocultas, enfim, é um ser dotado de faculdades sobre
humanas. A pessoa ao acreditar que está possuída, incorpora as características
desta entidade.
Haveria algo de autêntico nos fenômenos de possessão?
Everton: Embora algumas das manifestações
espirituais possam parecer autênticas, havendo inclusive o fornecimento de
informações convincentes sobre a vida de outra pessoa (como quando o demônio no
filme O exorcista fala com o padre Karras usando a voz da mãe dele para
perturbá-lo), esses acertos podem ser explicados quase sempre como casos de
leitura fria, comunicação não verbal e confirmação subjetiva (atribuir a si
mesmo uma generalização que serviria para qualquer um).
Maciel: Ao fenômeno em que o
indivíduo fala em línguas desconhecidas, mas existentes, dá-se o nome de
xenoglossia. Quando simplesmente fala em línguas estranhas, talvez imaginárias
ou inexistentes, damos o nome de glossolalia. Em geral, sabe-se que uma pessoa
não pode falar em outros idiomas se não foi, de algum modo e em algum momento,
exposta a essas línguas. Há situações em que as pessoas, quando submetidas à
hipnose, conseguem se lembrar de palavras ou frases estrangeiras que haviam
tido contato no passado, mas se esqueceram. Frases soltas não significam que a
pessoa domine um determinado dialeto. No caso que inspirou o filme O Exorcista,
fato ocorrido com um garoto de pseudônimo Robbie, há relatos de que quando
estava em estado dissociativo, “possuído”, dizia palavras em latim, mas um dos
padres exorcistas reconheceu as frases e disse serem tiradas do ritual romano
de exorcismo.
Everton: É preciso reconhecer, todavia, que o
parapsicólogo Ian Stevenson relatou um caso interessante de possessão com
informações aparentemente verídicas:
Também é famosa na
literatura da pesquisa psíquica a médium Leonora Piper (1857-1950), que é
conhecida por ter “intermediado”, com grande exatidão, várias pessoas
falecidas, tendo sido exposta aos mais rigorosos controles experimentais. A
interpretação desse tipo de evidências, por outro lado, é ainda objeto de grande
debate, uma vez que a hipótese de o médium ter obtido tais informações por meio
de percepção extra-sensorial não foi totalmente eliminada do ponto de vista
experimental.
Maciel: A percepção extra-sensorial ou ESP
(Extra-Sensory Perception) é a possível faculdade de o ser humano adquirir
informações do meio ambiente, sem a utilização dos sentidos conhecidos. Os
mecanismos envolvidos são ainda desconhecidos e há quem duvide das evidências.
Divide-se ESP em três modalidades: clarividência (visão de eventos muito
distantes), precognição (acesso a eventos futuros) e telepatia. Uma revisão da
literatura mais importante sobre esses temas pode ser encontrada neste
interessante livro de Dean Radin, já traduzido para o português:
O que há por trás dos relatos de fenômenos poltergeist?
Everton: Graças ao trabalho de um psicólogo
chamado William Roll (1926-2012), sabe-se que uma parte significativa dos casos
de Poltergeist investigados nos Estados Unidos envolvia pessoas jovens (como
Regan em “O exorcista”) em conflito com figuras familiares e de autoridade. Os
testes psicológicos revelaram que essas pessoas apresentavam níveis elevados de
dissociação e costumavam reprimir sua própria agressividade. Roll acreditava
que esses fenômenos eram inconscientemente produzidos por esses indivíduos no
intuito de atingir o objeto de seu ódio ou revolta. Há relatos de casos em que
a própria pessoa foi vítima de objetos que misteriosamente voavam em sua
direção, de queimaduras espontâneas ou de outras formas de fenômenos
considerados paranormais. Roll, como outros parapsicólogos, acreditava que
esses eventos eram causados pela ação da mente sobre a matéria (psicocinese).
No entanto, muitos desses casos podem ser explicados como fraude deliberada ou
decorrente de algum transtorno, bem como fenômenos físicos naturais
interpretados como resultantes da ação de espíritos. É verdade que existem
experimentos de laboratório sobre psicocinese que sugerem a possibilidade de
algo anômalo ocorrer, mas os resultados desses estudos são geralmente muito
pequenos e inferidos por meio de análise estatística, e não se comparam, por
exemplo, com as manifestações que vemos no filme “O exorcista”. Há também uma
longa controvérsia sobre o que significam exatamente essas evidências
laboratoriais. Há algumas teorias, mas ainda é difícil controlar
satisfatoriamente tais fenômenos.
3. Algumas cenas de
"O Exorcista" ficaram famosas, como aquelas em que Regan MacNeil
(Linda Blair) se masturba com um crucifixo, profere obscenidades ao padre ou dá
um giro de 360º graus na própria cabeça. Essas cenas são plausíveis de
acontecer? Ou, então, não passaram de "licença poética" do diretor do
filme?
Everton: Uma pessoa emocionalmente perturbada ou
demasiadamente rebelde e avessa a convenções sociais talvez pudesse se
masturbar com um crucifixo ou proferir obscenidades frente a uma autoridade
religiosa. Esse tipo de comportamento é possível, por exemplo, em pacientes com
transtornos psicóticos durante episódios de surto ou quando não há um adequado
controle e tratamento da doença. Eu diria também que certos ativistas
antirreligiosos radicais poderiam agir de tal modo (por que não?) simplesmente
como uma crítica ou repúdio à religião instituída. Agora, quanto ao surpreendente
giro de 360º da cabeça de Regan, eu não só duvido que alguém tenha conseguido
fazê-lo, como também que tenha sobrevivido para contar sua experiência...
Everton de Oliveira Maraldi possui graduação em Psicologia pela Universidade
Guarulhos. É mestre e doutorando em Psicologia Social pelo Instituto de
Psicologia da USP e é membro do Inter Psi – Laboratório de Psicologia
Anomalística e Processos Psicossociais da USP. Seus principais temas e áreas de
pesquisa são: psicologia social da religião, dissociação e transtornos
dissociativos, self e identidade psicossocial, experiência anômalas.
Maciel Santos da Silva é publicitário,
formado na Universidade Cidade de São Paulo. Sócio e diretor da agência Yan
Comunicação. Ex-membro do Inter Psi – Laboratório
de Psicologia Anomalística e Processos Psicossociais – sediado na USP, onde iniciou
o projeto de pesquisa: Fenômenos anômalos e possessão,
investigação de relatos.
Revistas onde consta parte das
entrevistas originais:
Revista Super Interessante – Novembro de 2006, edição 232.
Revista Galileu – Dezembro de 2013, edição 269.
Para saber mais sobre esses
temas, confira a participação de Everton Maraldi no programa Superpop da
Redetv, com Luciana Gimenez. Para assistir ao programa completo, basta seguir os links informados no próprio site:
Superpop - Parte Um
Superpop - Parte Dois
Superpop - Parte Três
Superpop - Parte Quatro
Superpop - Parte Cinco
Superpop - Parte Seis
Superpop - Parte Sete
Superpop - Última Parte
Superpop - Parte Um
Superpop - Parte Dois
Superpop - Parte Três
Superpop - Parte Quatro
Superpop - Parte Cinco
Superpop - Parte Seis
Superpop - Parte Sete
Superpop - Última Parte
A ciência consegue explicar como uma criança ou uma pessoa de baixo conhecimento, no caso de uma possessão consegue falar idiomas que desconhece?
ResponderExcluirOi Adriana, parte da sua resposta pode ser encontrada no próprio texto acima, na seção "Haveria algo de autêntico nos fenômenos de possessão?". Mas para complementar o que foi escrito, pode-se dizer as evidências disponíveis são muito variadas e ainda insuficientes para demonstrar a existência desse tipo de fenômenos. Há alguns casos relativamente bem documentados de crianças e adultos que supostamente falavam em idiomas estrangeiros, sem aprendizado prévio, mas boa parte dessas evidências tem uma interpretação dúbia, embora alguns autores defendam sua validade. Caso queira se informar mais, eu sugiro a você que leia o livro "Xenoglossia" de Ian Stevenson, com tradução para o português. Um abraço.
ResponderExcluir